sábado, 23 de novembro de 2013

JORNAL DE NISA - Edição nº 11 - 17 Junho 1998

A edição nº 11 do Jornal de Nisa saíu a público no dia 17 de Junho de 1998. Com capa a preto e branco e título a vermelho, este número do "Quinzenário regionalista e independente" deu destaque à Feira do Queijo de Nisa e ao falecimento do professor Manuel Temudo Barreto. No interior, José Lopes, um nisense em França era descrito como desportista exemplar, por força dos êxitos no futebol, como praticante e treinador. Diversas notícias do concelho davam conta de algumas obras em execução, das principais deliberações da Câmara, do Convívio dos Amigos do Pé da Serra e do XXI Concurso e Pesca Vila de Nisa.
Luís Pedro Cruz assinava a habitual página Urb(a)Nisa sobre arquitectura e José Dinis Murta compunha um Puzzle sobre a história antiga e recente da vila de Nisa.
A Página da Saúde e artigos sobre os Padres de Nisa e Fragoso de Siqueira, um nisense de "vistas largas", eram outros dos motivos de interesse desta edição, onde não faltava o "Cantinho do Emigrante”.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

MEMÓRIA DO JORNAL DE NISA: Filho(s) de um Deus menor


Na edição de 15 de Abril de 1998, na secção Canto do Saco, o texto "Filho(s) de um Deus menor", denunciava uma situação social de extrema gravidade: o abandono a que fora votado um jovem com deficiência mental.
O problema foi, momentâneamente, solucionado, mas tempos depois, o drama repetiu-se, agora com maior intensidade. O Bernardo, que não é Bernardo, mas um nome em forma e dignidade de gente e pessoa humana, vive uma situação de completo e vergonhoso abandono por parte das entidades que superintendem na esfera social.
Anda pela vila, ao deus dará, alimentado-se como calha e dormindo (conseguirá, mesmo, dormir?) numa casa no centro histórico, que ameaça derruir a cada dia que passa e onde a chuva, o vento e o frio entram pelas gigantescas frestas que o estado de degradação do edifício, amplia, a cada instante.
O Bernardo, que não é Bernardo, mas um pessoa com nome e com direito à dignidade, não tem voz própria, nem consegue exteriorizar, racionalmente, a onda de revolta e indignação que lhe vai na alma.
Se assim não fosse, outro galo cantaria e as entidades com responsabilidades sociais na vila há muito que tinham sido obrigadas a olhar para o problema com o respeito e a urgência que o mesmo merece.
O Bernardo, se calhar, nem vota. Não tem o discernimento necessário para reclamar das entidades públicas, municipais e regionais, o apoio médico, social e humanitário a que, como cidadão, tem direito.
O Bernardo - com este ou outro nome - não é "Filho de um Deus menor" e aqui ou noutros locais, procuraremos que lhe seja prestada a assistência de que carece.
Mário Mendes